quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

As muitas faces da vida

      Os faróis altos de um carro foi a primeira coisa que ele viu, doeu as retinas, ele levantou a mão, tentando se proteger, o carro cruzou uma rua bem à frente e se foi pela cidade, ficaram ele e a noite. Sentado naquele chão imundo, ele tentava lembrar o que havia acontecido, como ele foi parar ali. Abaixou a cabeça, apertou-a com as palmas das mãos buscando aliviar a estranha sensação que sentia. Abriu bem os olhos e se levantou, a vertigem quase o levou abaixo novamente, ele se apoiou na parede. Estava num beco, com portas traseiras de comércio, comércio que ficava aberto até a madrugada na grande cidade, mas até esse dormia, naquele momento, só ele ainda estava acordado. Pôs-se a andar, devagar, apertou os bolsos em busca de celular e documentos, estavam lá, carteira e telefone.
      Saiu do beco, parou e olhou, não havia ninguém na rua, pensou, "para onde vou agora?". Ele não sabia, resolveu seguir pela direita, devagar, nem sentia os pés, apenas se movia. Na cabeça, contudo, ele corria, buscava pelos cantos escuros, atrás dos carros, dentro dos estacionamentos, uma lembrança. Parou num cruzamento, que silêncio, "não me lembro de ter visto a cidade assim", pensou ele, olhou para esquerda e viu os faróis altos de um carro que vinha, novamente ele levantou as mãos para proteger a visão, o carro passou.
      Ele atravessou a rua e seguiu por um calçadão, lembrou-se de quando chegou à cidade, aquele calçadão ainda era uma rua, havia uma lanchonete lá, agora era loja de chinês. Quando estava no meio da quadra ele ouviu passos, olhou para trás, mas não viu nada, ele andou mais uns metros e ouviu novamente, uma respiração alta, olhou para trás e não viu ninguém. Ele seguiu até o final da quadra e parou novamente, "estou ouvindo alguém andar atrás de mim, mas não tem ninguém". Cruzou outro calçadão, esse mais largo, com bancos no meio, e seguiu na mesma direção, ainda ouvindo sons, foi então que ele percebeu, os sons eram dele mesmo, eram sua respiração e seus passos, "esses sons não parecem meus, parecem estar fora de mim", insistiu ele.
      "Quer tomar um café?", ouviu ele, então parou assustado, "não", respondeu uma voz feminina, sua cabeça continuava pregando peças nele, "só um café, pra despertar", era a sua voz falando, "está bem, onde, a essa hora?", disse a jovem, "conheço um lugar no centro", respondeu ele. Ele começava a se lembrar de algo, viu ele e mais alguém saindo de uma choperia a pé e indo para um bar, esse bar era o que fechava a noite da cidade, o último a baixar as portas. Depois de tocar, os músicos iam pra lá, contudo, ele não conseguia ver o rosto da jovem em sua cabeça.
      "Um café?", perguntou o cara do bar, "dois", respondeu ele, "nunca tomo café na madrugada", disse a jovem, "músico toma café o tempo todo", a voz feminina era quente, mas tinha uma inocência transversal, era meiga, mas ao mesmo tempo maliciosa, parecia que dizia o que ele queria ouvir. "Estou cansado, meio sem criatividade, então vou fazer a pergunta mais comum de todas, nessas situações, você vai sempre àquela choperia?", ele perguntou, "minhas amigas gostam de lá, eu prefiro lugares menos tumultuados", respondeu a jovem, "eu entendo, quando não estou trabalhando gosto de lugares mais tranquilos também", disse ele, "você toca muito bem", disse ela, "são seus ouvidos, o dono do lugar gosta de música pra dançar, me chama de vez em quando, eu prefiro música para ouvir", respondeu ele, "eu gosto das duas", respondeu ela.
      Ele chegou a um novo cruzamento, novamente viu, vindo à direita, um carro, os faróis fortes não lhe deixaram dúvidas, era o mesmo carro das outras vezes. Quando passou por ele, ele até que tentou ver que carro era, era um carro preto, mas com exceção dos faróis, ele não conseguiu ver mais nada, "esse carro deve estar me seguindo", pensou ele.
      "Quer andar um pouco?", perguntou ele à jovem, "vamos", ele sabia que ela tinha respondido com um sorriso pelo tom de voz, mas ainda não conseguia enxergar seu rosto. Enquanto estava de pé, tentando entender o carro misterioso, lembrou-se de ter passeado com a jovem, de ter falado de música, dela gostar de muita coisa que ele tinha em seu repertório, ele se lembrou de apaixonar-se, novamente, algo que acontecia facilmente com ele.
      Ele não quis atravessar a rua, à esquerda, no cruzamento, havia um banco, ele se sentou e olhou para o céu. Era noite ou não era? Estava escuro, mas não era um azul escuro, o céu estava vinho, um vermelho estranho, as estrelas estavam grandes, a lua, enorme, parece que todo o planeta tinha se movido no espaço. Ele sentiu uma solidão desproporcional em seu peito, apertando seu coração, a dor de algo irremediável, de uma partida irrevogável, de uma perda eterna, ele sentiu o gosto da morte, mas não sua, não somente sua, mas de toda a humanidade.
      "É isso então, o mundo acabou e eu estou sozinho? Pra onde foram todos? Por que só eu fiquei? Se foram os bons e ficaram os maus, então deve ter mais gente como eu, que acreditava em algo, mas não o suficiente para mudar de atitude, um hipócrita como tantos, que falava, mas não praticava. Mas eu sempre fui sincero, fazia o que podia, contudo, pelo jeito, parece que eu era o pior de todos, todos se foram, só eu fiquei. Ou será que é o contrário, todos foram condenados e só eu fui poupado, mas poupado por quem? Por Deus? Pelos alienígenas? Já sei, houve uma abdução em grande escala, só eu que não fui abduzido, sou azarado mesmo, nem os alienígenas me querem para fazer testes, e eu, que queria tanto andar num disco voador. E se for algum tipo de pegadinha? Todo mundo está se escondendo, então deve haver câmeras me filmando, mas câmeras existem hoje em dia em todo lugar, e nenhuma rede de televisão, por mais poderosa que seja, conseguiria envolver tanta gente assim, só pra fazer uma piada comigo. Mas o universo sempre me usou como motivo de piada, passei a vida assim, com as pessoas rindo por trás de mim, por trás e pela frente, só quando me sento ao piano é que o sarcasmo universal é aplacado, é o único momento em que as pessoas param de caçoar de mim e prestam atenção em algo bom que estou fazendo. Devo muito à música, ele deu sentido à minha existência, me deu alguns momentos de glória, se bem que eu nunca pude tocar aquilo que mais gostava, sempre tocando o que os outros pagavam para eu tocar. Essa, contudo, é a história de todos, vivemos para agradar aos outros, não a nós mesmos, isso é o que paga nossas contas, que nos permite sobreviver".
      "Quer subir?" disse a voz feminina em sua cabeça, "acho melhor não", respondeu ele.
      "Eu disse não a um convite feminino às três horas da madruga, houve tempos em que eu insistiria no sim mesmo diante de um não firmemente declarado, mas os anos passaram, o desejo não me controla mais, fiquei mais responsável. Sim, estou recordando, ela me passou o número do telefone, entrou no prédio e eu segui em frente, mas ainda não consigo me lembrar do rosto dela. Nunca vi o céu desta cor, a lua parece estar caindo, e as estrelas tão próximas", continuou ele falando consigo mesmo.
      Ele desistiu, ficaria lá sentado para sempre, talvez esse fosse seu castigo, talvez esse fosse seu inferno, permaneceu assim por alguns minutos. Então se levantou, não, aquilo não podia ser real, pôs-se a andar, apressou-se, começou a correr, todavia, quanto mais se movia, mais devagar ia, o céu crescia, tomava conta de tudo, a cidade ficava lá embaixo pequena. Cansado ele parou, mas conseguiu alcançar o próximo cruzamento.
      Novamente ele avistou o carro, à esquerda dele, ele tinha que tentar algo, parece que só havia ele e o carro no mundo, assim foi para o meio da rua e se colocou na frente do veículo. Na velocidade em que estava, não deu para se desviar, o carro bateu nele e o lançou longe, ele caiu alguns metros à frente. Atordoado sentou-se no chão, viu que alguém saia do carro e vinha em sua direção, "você está bem?", perguntou uma voz feminina, era de uma mulher madura, ele viu seus trajes, um vestido preto curto, sapatos com saltos altos, belo corpo, mas não conseguiu discernir seu rosto, viu mesmo os cabelos, compridos, bem cuidados, mas não enxergou a face. "Acho que sim, meio tonto, quem é você?", perguntou ele, "consegue se levantar?", sim, disse ele, pondo-se de pé cambaleando. Com a ajuda da mulher, ele chegou até um banco e se sentou, ela sentou-se ao lado dele, preocupada com seu estado. "Desculpe-me, mas você apareceu de repente na frente do carro", disse ela, "a culpa foi minha", respondeu ele.
      Enquanto ele se restabelecia, a mulher pegou seu maço de cigarros, acendeu um e começou a fumar, era aquelas damas que faziam mesmo um vício tão horroroso como o tabaco, parecer algo elegante. "Quer um?", perguntou ela, "não, obrigado, não fumo", respondeu ele, ela então começou a falar, não, não era com ele que ela conversava, era consigo mesma.
      "Gosto de andar pela cidade na madrugada, não faço isso todos os dias, normalmente acordo cedo, vou à academia e só penso nas minhas lojas depois das onze horas da manhã, elas andam sem mim, posso colher os frutos do trabalho de uma vida. Já tive dois maridos, pelo primeiro me apaixonei, o segundo era apaixonado por mim, as coisas nunca acontecem ao mesmo tempo, gostamos de quem não gosta de nós e de quem gosta de nós, não gostamos. O primeiro me traiu, o segundo, traí eu, nunca tive filhos, gostaria de tê-los tido, mas agora não tenho mais tempo. Dizem que os cinquenta são os novos quarenta, acho que os sessenta serão os novos trinta, as pessoas não querem mais morrer, e mulheres teimam em não envelhecer. A natureza me ajudou, como doces até e não engordo, tenho uma pele de bebê, mesmo sem usar cremes caríssimos, meus cabelos são lisos, um sonho de consumo pra essa geração de mulheres brasileiras que não aceitam cachos. Mas acho que se tivesse cachos, os deixaria naturais, sem uso das chapinhas. Gosto de malhar, sempre cuidei de minha saúde, sou vegetariana, mas curto isso, não faço só pra me manter bonita. Não me faltam homens, velhos ricos ou jovens, ricos ou não, posso escolher, mas também me cansei desse hedonismo moderno, não passa de prostituição com ideologia. Hoje prefiro usar meu tempo livre para ler, voltei a fazer faculdade, artes, viajo uma vez por ano para o exterior, nem ligo pra praias, prefiro os museus, quem me vê, não sabe o que sou. Uma vez por mês pego uma criança do orfanato e passo o final de semana com ela. Vou a fast foods, cinemas, dou um banho de loja nela e depois a devolvo para o orfanato, mas ajudo periodicamente a instituição, faço isso por amor, não é para anular qualquer sentimento de culpa."
      Não soava como falso, o que dizia a dama, era legítimo, ela falava e falava, ele ouvia tudo calado, ela era linda, não parecia ter cinquenta, mesmo que ele não pudesse identificar sua face, parecia uma mulher da alta sociedade, refinada, a vulgaridade era algo que não servia a ela, de maneira alguma. Finalmente ela parou de falar, jogou o toco de cigarro no chão, pisou com a ponto do sapato, ele pensou, "eu só tiraria o cigarro dela, do resto, ela parece perfeita". "Quer uma carona?", perguntou ela, "não, obrigado", respondeu ele, "eu insisto, meu apartamento é grande, tenho um quarto pra hóspedes, amanhã é sábado, podemos acordar, tomar um belo café", disse ela, "obrigado, agradeço mesmo", disse ele, "eu meu vou então, até qualquer dia, se cuida", disse ela. Ela se levantou, e dirigiu-se ao carro, bem devagar ela passou por ele, com o vidro aberto, então ele se lembrou de fazer a pergunta, "por que o céu está assim, o que está acontecendo com tudo?", não deu tempo, o carro já havia partido.
      Ele se levantou e começou a caminhar pela calçada, o céu começou a escurecer ainda mais, o vermelho escuro foi ficando preto, as estrelas sumiram, a lua desapareceu e ele se sentiu muito cansado. Logo à direita havia um outro beco, ele entrou nele, procurou um lugar e se sentou, só queria dormir um pouco, sentia-se velho, sem forças, suas pernas não respondiam à sua cabeça, ele desabou e adormeceu, dormiu e sonhou. Em suas visões ele viu uma menina, de uns dez anos, ela vinha até ele e o convidava para brincar, ele respondia, "não, agora não, depois eu brinco". Novamente ele não conseguia enxergar a face da garota, viu seu corpo, mas não o seu rosto, ela insistia, "vamos brincar, eu tenho uma bola, não tenho com quem jogar", ele respondia, "não, agora não, posso, estou descansando um pouco, logo tenho que voltar pra casa e estudar piano". A menina, segurando a bola, virou as costas e foi embora, triste, na rua havia muitas famílias, mas só tinha ele e ela de crianças, os outros eram adultos e não podiam brincar, estavam sempre ocupados com coisas de adultos.
      "Moço, moço", uma voz o fez acordar de seu sonho, era a voz de uma senhora, "moço, o senhor está bem?", perguntou ela, "sim, só um pouco cansado", respondeu ele enquanto ela se ajeitava no chão ao lado dele. A velhinha começou a contar sua história, tinha um cheiro suave de perfume, era asseada, suas roupas estavam gastas, mas lavadas. "Tive um filho aos quinze anos, nunca soube com certeza quem era o pai, mas foi o único. Outras meninas, do meu tempo, tiveram um, depois dois, três, parece que elas não aprendiam com o erro. Eu aprendi, de cara, colocar um ser humano neste mundo é algo sério, eu não queria que um inocente passasse pelo que passei. Fui criada só por minha mãe, não conheci meu pai, mas eu a perdi quando tinha vinte anos, então me vi sozinha. Ainda bem que comecei a trabalhar como doméstica numa casa cuja senhora me tratava muito bem, como empregada, sim, com as devidas distâncias, mas com dignidade. Quando meu filho tinha dez anos, eu estava com ele numa quermesse da igreja do bairro, uns jovens começaram uma briga, estavam armados, na confusão um tiro acertou o menino, ele morreu na hora. Minha patroa também se separou e acabou perdendo tudo o que tinha, seu ex-marido se envolveu com políticos corruptos e acabou pagando o pato, os políticos se saíram bem, mas ele ficou sem nada. Eu ainda a ajudei por um tempo, mas ela não podia mais me pagar, então fui procurar outra casa pra trabalhar, depois de vinte e cincos anos com a mesma patroa. As coisas não são mais como antes, todo mundo quer ter, mas não quer pagar, tive várias patroas, mas agora, que estou velha, não posso mais fazer o serviço pesado que fazia quando era nova, tenho uma aposentadoria, mas é pequena. Homens, conheci muitos nessa vida, a maioria vagabundo e beberrão, passavam o dia dormindo em minha casa, enquanto eu trabalhava. À noite, quando eu chegava, eles saíam pra berber, voltavam de madrugada, violentos, decidi que eles não valiam a pena, já estou sozinha há uns vinte anos."
      Ele ouvia a senhora, novamente uma mulher que se abria com ele, assim, do nada. O que estava acontecendo afinal de contas, seu inferno seria isso, ouvir o desabafo de mulheres? Ele, que sempre gostou de falar, de se explicar, que nunca tinha tempo para os outros, só para si e para seu piano, ele que sempre foi tão egocêntrico e carente merecia isso, ouvir longas histórias com o bico fechado.
      "Estou meio tonto, não estou entendendo o que está acontecendo, o céu, está estranho", disse ele, "sim, o céu mudou, as estrelas e a lua que estavam próximas, se foram, o vermelho deu lugar ao negro, no mundo não existe mais ninguém, só alguns, aqui e ali, que ainda te dão alguma atenção", disse ela, "então você também está percebendo que tem algo errado?", disse ele, "sempre teve, meu filho, é você que só percebeu isso agora", respondeu ela, "mas é preciso caminhar, sem olhar muito pros lados ou para cima", insistiu ela.
      Ele se consolou, agora pelo menos tinha companhia, "venha comigo, durma em casa este final de noite, depois você pode seguir seu caminho, a casa é pequena, mas dá pra ajeitar você", disse ela com muito carinho, "não, obrigado", disse ele, "você não pode ficar sozinho, não assim como está", repetiu ela, "não, tudo bem, eu me viro, deixa eu me levantar". Ele se apoiou com as mãos e com alguma dificuldade pôs-se em pé, mas quando olhou para os lados, a senhora já não estava mais lá, mais uma mulher que passava por sua vida, sim, ele também não conseguiu ver o rosto dela, como das outras.
      Foi aí que ele percebeu, estava no mesmo beco de onde havia se levantado no início, ele reconheceu que o beco era o dos fundos da choperia onde ele tocava. Olhando para frente, viu a rua, os carros passavam, muitos carros, ouviu o barulho das pessoas conversando, e ao levantar os olhos viu o céu, o velho céu, o mesmo céu de sempre, azul marinho, cheio de estrelas pequeninas, e a lua, a antiga lua, companheira dos vampiros e lobisomens.
      - Leo, o que você está fazendo aí, já deu o tempo do intervalo, pode voltar a tocar, você está bem?
      - Humn? Como assim?
      - Eita, o cara chapou, - disse o garçom, rindo do desconectado Leonardo - vamos, se o patrão te pega assim você não toca mais aqui.
      - Ok, já vou.
      Leo voltou para o piano e começou a trabalhar, abriu o livrão em qualquer página e tocou o que estava na frente, sua cabeça girava, ele ainda não havia entendido o que tinha acontecido. Aos poucos foi relaxando da tensão e embalado pelas notas musicais começou a olhar o público. Ele viu, lá no fundo, à esquerda, com dois casais, a mulher madura do carro preto, viu também, à direita, com um casal e mais um menino, a criança do sonho. Ele via, mas não entendia, quando foi despertado de seu êxtase pelo som de uma voz feminina.
      - A vida passa por nós como uma mulher, essa mulher cresce, começa criança, vira jovem, amadurece e enfim envelhece.
      - Você, a velhinha? - disse Leo.
      - Filho, você parece que sempre diz não à vida, mas saiba que ela nunca desiste de você, mesmo cansada, continuará te chamando, não desista dela.
      Leonardo enxergou o rosto da senhora, era o mesmo rosto da mulher madura e da criança, um rosto lindo. Os corpos eram diferentes, mas os rostos eram os mesmos, a face da mulher que ele sempre quis achar, a mulher com a qual sonhava desde menino, a mulher de sua vida. A música terminou, ele virou a página do livrão, mas quando foi procurar pela velha, ela não estava mais lá, também nas mesas, a dama e a criança tinham sumido.
      Ele terminou seu trabalho e foi embora, quando saía da choperia, ele viu, com um grupo de amigas, a jovem, ele conseguiu ver seu rosto, era o mesmo das outras três. Ele não hesitou, se aproximou dela e a convidou para um café, ela sorriu...

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